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Dia de Campo apresenta novas tecnologias para agricultores familiares
Agricultores de Cooperativas e Assentamentos goianos percorreram trajeto para conhecer técnicas e ferramentas que podem ser inseridas em suas propriedades

Por Marcela Borges
Fotos: Carlos Siqueira

Antes da abertura oficial da Feira Agro Centro-Oeste Familiar, pequenos agricultores, professores e estudantes se reuniram na manhã de quarta-feira, 13/06, para participar do Dia de Campo, primeira atividade da feira, realizada pela Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos (EA/UFG).

O Dia de Campo já é um evento fixo no calendário da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos (EA/UFG), em que professores apresentam projetos de pesquisas desenvolvidos na EA referentes à agricultura familiar para agricultores, profissionais e estudantes. “A Feira Agro Centro-Oeste, tradicionalmente, é organizada pela Escola de Agronomia, assim como o Dia de Campo. Dessa forma, a escola recebe antes as pessoas que estão chegando para o evento e mostra o que está sendo desenvolvido pela Escola de Agronomia para a agricultura familiar”, explicou Gabriel Medina, coordenador geral da feira.

Os estudantes do Instituto Federal Goiano (IFG), Câmpus Urutaí, foram os primeiros a fazer o percurso do Dia de Campo. Márcio Eduardo Pereira Martins, professor do IF Goiano que acompanhava os estudantes do curso técnico em Agropecuária, disse que a empolgação dos alunos era grande. “Quando surge uma oportunidade para conhecer mais sobre agronegócio, basta chamar que eles lotam o ônibus”, contou.

Toda a animação foi bastante visível na segunda estação, no Laboratório de Máquina Agrícolas (LAMAGRI). Os visitantes se deslumbraram com as ferramentas criadas com base em princípios básicos da Física, como mostrou o professor Rogério Almeida (EA/UFG). “Aqui nós vemos mais coisas diferentes, temos uma visão mais holística, e isso faz uma grande diferença no cotidiano daqui pra frente”, comentou o estudante Rodolfo Martins.

Para os pequenos agricultores que, em seguida, chegaram ao local, o que mais chamou a atenção foram as máquinas e ferramentas agrícolas de baixo custo desenvolvidas no laboratório e que podem substituir outras ferramentas compradas em casas de construção. O agricultor Paulo José Barbosa (Aprobom) achou o passeio imprescindível para conhecer novas tecnologias, um acesso importante para que seu trabalho no campo seja aprimorado. No Dia de Campo estavam presentes alguns representantes das cooperativas Aprobom; do município de Nazário, Cooperafi; de Itapuranga, Coopersil; de Silvânia; e do assentamento Canudos, de Palmeiras de Goiás.

No trajeto, os visitantes passaram por diversas estações, que englobavam vários temas de pesquisa. A primeira foi referente à compostagem, onde o monitor Apinajé explicou como fazer uma boa compostagem com baixo custo de investimento e boa qualidade. A terceira foi a plantação de pinhão manso, uma cultura para a produção de biodiesel e boa opção de renda para a agricultura familiar. Em seguida, os visitantes foram para a estação que abordou a recuperação de área degradada, em que foi ressaltada a importância da preservação e da recuperação de áreas que podem gerar rendas mediante cultivos como da Apeiba, planta nativa do Cerrado. Outras estações ainda abordaram temas como biofertilizantes, adubos verdes e a Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS), uma área de produção de alimentos aliada ao plantio de hortaliças e frutas, e criação de aves, uma iniciativa que garante a segurança alimentar da família e a geração de renda. Por último, os visitantes conferiram o Casa Zero Emissão, projeto de uma casa para agricultor familiar com base na técnica da bioconstrução, que procura investigar alternativas para o uso eficiente e sustentável de energia.

Após todo o passeio, José Vicente da Costa, raizeiro de Sanclerlândia, proferiu um discurso sobre a conscientização necessária para preservação do Cerrado. E o resgate da importância da cultura popular para o conhecimento científico.

O Dia de Campo mostrou como é possível criar, desenvolver e cultivar de maneira sustentável e agroecológica. Também ressaltou o papel do agricultor familiar, que está disposto a se aprimorar, sempre que tenha oportunidade para isso. O professor Wilson Mozena (EA/UFG) relatou que, após o Dia de Campo, foi procurado por vários agricultores interessados em obter mais informações e orientações para implementar os recursos tecnológicos. Com essa finalidade, existe o Grupo de Estudos e Pesquisa de Agricultura Familiar (GEPAF), no qual alunos prestam assessoria técnica para esse setor da agricultura.

Fonte: Ascom/UFG

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