Uma pesquisa de campo feita com 4.327 domicílios de agricultores familiares brasileiros apontou que apenas 21% destes estabelecimentos têm facilidade no acesso ao crédito. 19% entendem como boas as condições oferecidas a este grupo pesquisado para receberem assistência técnica. As condições de mercado foram avaliadas como boas por somente 34% dos agricultores. Já o acesso à cultura e à participação política foi avaliado positivamente por apenas 40% e 45% dos agricultores, respectivamente.
Para o coordenador da pesquisa em Goiás, professor Gabriel Medina, os resultados sugerem a importância de se contemplar nos cursos de formação de profissionais de ciências agrárias a preparação do aluno para enfrentar esses desafios. “Os cursos das agrárias são tradicionalmente voltados para preparar profissionais para atuar da porteira para dentro, investindo na formação técnica. O que os agricultores estão dizendo para nós é que precisamos aprender a trabalhar com organização produtiva para acesso a mercados e com políticas públicas”, afirmou Gabriel Medina, que é professor no curso de Agronomia da UFG.
As ações para o fortalecimento da Agricultura Familiar, segundo Gabriel, servem para melhorar a vida de quem trabalha no campo. As universidades, para ele, têm papel fundamental neste processo. “Se queremos ser agentes de desenvolvimento rural, precisamos também aprender a trabalhar para atender ao agricultor nos mais diferentes aspectos relacionados à sua inserção social”, concluiu o professor.
Essa realidade da agricultura familiar brasileira será evidenciada na feira Agro Centro-Oeste Familiar 2013. O evento incluirá a exposição dos produtos da Agricultura Familiar da região Centro-Oeste. Haverá também o debate de aspectos fundamentais ligados ao desenvolvimento rural. O evento ocorrerá de 12 a 15 de junho no Centro de Cultura e Eventos Ricardo Freua Bufaiçal, Campus Samambaia da UFG. A entrada é franca.