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Agricultores de São Luiz do Norte são destaque na preservação ambiental
Atividade de reflorestamento desenvolvida por cooperativa do Vale do São Patrício promove a recuperação de áreas degradadas, aliada à produção de frutos do Cerrado

Daniela Rezende

Baru, jatobá, buriti, pimenta de macaco. Frutas nativas do Cerrado brasileiro, comercializadas pelos agricultores da Associação dos Amigos da Cultura, de São Luiz do Norte, localizada no Vale do São Patrício, a 200 quilômetros de Goiânia, serão expostas durante a Agro Centro-Oeste Familiar, entre os dias 13 a 16 de junho, na Universidade Federal de Goiás (UFG).

Os agricultores de São Luiz do Norte pretendem divulgar as riquezas do Cerrado de forma sustentável, ressaltando a importância da recuperação de áreas degradadas e desmatadas, principalmente em torno das nascentes e fontes naturais de água. A partir da plantação de árvores frutíferas e nativas, os pequenos produtores cuidam da biodiversidade local.

Para Mônica de Castro, presidente da Associação dos Amigos da Cultura, as frutas representam a soberania do país. “No Cerrado, o desmatamento aumenta a cada dia, destruindo a biodiversidade e causando grandes prejuízos ao ecossistema. Se essa realidade persistir, o nosso bioma não terá mais lugar e o país perderá muitas riquezas naturais”, afirma.

As frutas da Associação são comercializadas nas feiras de São Luiz do Norte e de Uruaçu, em forma de castanha, polpa, semente, doce, farinha ou vinagre. Outras plantas, não originárias do Cerrado e com propriedades medicinais, também são cultivadas pelos produtores, como a sangra d'água, utilizada na fabricação de sabonetes.

Agricultura Familiar

Desde 2006, a união de oito agricultores familiares representa a preocupação ambiental frente ao avanço da cana-de-açucar. “As plantações trouxeram impactos ambientais à região. Alguns pequenos produtores resolveram plantar abacaxi e nós, cercados por monoculturas, trabalhamos no reflorestamento e retiramos da terra a maior parte de nosso sustento”, ressalta Castro.

Segundo a Lei n° 11.326, de 24 de julho de 2006, para ser agricultor familiar, o produtor deve possuir uma área de até quatro módulos fiscais, utilizar predominantemente mão de obra familiar no seu estabelecimento e ter a maior parte da renda originária de atividade econômica vinculada à sua terra.

A presidente da Associação, Mônica Castro, reside em um terreno de 14 alqueires e vive com sua filha e mãe. “As frutas são uma fonte de renda para minha família. A única preocupação da monocultura é gerar renda, a agricultura familiar valoriza o trabalho familiar e a pequena produção”, destaca.

Fonte: SME

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